Estudantes da Universidade Estadual de Goiás (UEG), em Mineiros, estão preocupados com um possível atraso na conclusão dos cursos. O motivo, segundo eles, é a falta de professores de diversas disciplinas. Além disso, eles reclamam que problemas na estrutura das salas de aula também comprometem a qualidade do ensino. A solução seria a conclusão de uma obra de ampliação, iniciada há cinco anos.
O campus oferece os cursos de ciências econômicas e produção sucroalcooleira para 131 alunos. O estudante José Divino Oliveira conta que, desde o início do ano letivo, quase metade das aulas da carga horária prevista está vaga. “O que mais preocupa nessa situação é que a gente fica de mãos atadas. Já enviamos e-mail para a Ouvidoria, para ver se recebemos algum retorno, mas até agora nada. Não tem uma posição”, afirmou.
O estudante Edson Ferreira, que tem conclusão do curso prevista para o próximo mês de julho, teme que a falta de professores prejudique o cronograma. Ele se inscreveu para diversos concursos públicos e teme que não possa assumir, caso seja aprovado em algum deles. “A gente fica meio sem saber o que fazer. Já enviamos ofício para o governo, já conversamos com a reitoria e eles não abrem processo seletivo para professores. Aí fica complicado”, disse.
A direção da unidade informou que alguns professores foram remanejados em julho do ano passado para outros campi da UEG e, desde então, não foram feitas novas contratações. Atualmente, nove profissionais lecionam na unidade.
Já o pró-reitor de Extensão da UEG, Marcos Antônio Cunha Torres, confirmou que o campus em Mineiros enfrenta problemas com o corpo docente. “Existe um problema em relação aos professores temporários e sua legalidade, pois há um determinado tempo que eles podem ficar. Além disso, com os ajustes do governo, nós alteramos nossa possibilidade de atendimento às demandas que se apresentaram no início deste ano”, contou.
Segundo ele, medidas estão sendo tomadas para resolver o problema. “A universidade está atenta ao problema, já fez chamamento interno para composição de professores que tenham carga horária disponível e que podem atender aquele campus. Além disso, estamos nos preparando para realizar um processo seletivo simplificado para contratar professores”, ressaltou Torres.
O pró-reitor destacou, ainda, que até o fim desta semana a UEG já tenha uma previsão de quantos professores que já atuam na universidade poderão dar aulas em Mineiros. “Também esperamos que o mais rápido possível, assim que o governo finalize a reorganização da máquina, possa liberar o novo processo seletivo”.
Sobre as aulas vagas, Torres ressaltou que haverá reposição. “Por compromisso pedagógico a universidade tem o dever de disponibilizar o acesso do aluno a um professor e ao conteúdo. Até por questões legais, já que existe um número determinado de carga horária para cada disciplina”, garantiu.
Problemas estruturais
Além da falta de professores, os estudantes reclamam de problemas na estrutura do prédio. As salas de aulas são pequenas e em uma delas eles são obrigados a dividir espaço com a biblioteca.
Segundo os alunos, a situação poderia ser resolvida com uma obra de ampliação do prédio, iniciada há cinco anos, mas que até agora não foi concluída. “Tem quatro anos que eu estou na universidade e o problema vem se arrastando. Era para terem aumentado os laboratórios, as salas, pois a unidade é muito pequena”, contou o estudante Guilherme Rezende Souza.
O pró-reitor da UEG reafirmou que as obras devem ser retomadas ainda neste ano.“Nós fizemos duas movimentações. A primeira foi transferir a realização de obras, que antes eram realizadas pela Agetop [Agência Goiana de Transportes e Obras], para a UEG. Isso levou um tempo. Em seguida, montamos o nosso processo técnico de realização das obras. Esperamos que assim que houver liberação de orçamento possamos retomar os trabalhos ainda neste ano para que sejam concluídos no ano que vem”, destacou.
Fonte: G1 Goiás
Fotos: Reprodução/TV Anhanguera
